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quarta-feira, 2 de janeiro de 2013

Vicio História: Um dos maiores Boca e River

Nesse inicio de ano começa mais um Campeonato Argentino. O River Plate sabe que ainda não está livre da ameaça de rebaixamento apesar de ter afastado ela bastante com a campanha regular do primeiro torneio desde a sua volta da segunda divisão. O Boca dividirá as atenções com a Libertadores, tem a volta de um dos seus maiores ídolos - o treinador Carlos Bianchi, multi campeão com a equipe na década passada - e tenta voltar a comandar as ações no futebol do país, hoje centralizadas no Vélez e Estudiantes - apesar desse ter tido um sensível queda nesse ano que passou.

Pois foi em 2004 o último ano em que o Boca e River disputaram um campeonato argentino até sua rodada final. Naquele ano o time dos Millonarios comandados por Schellotto, Montenegro e Mascherano levou o título na penúltima rodada com uma vitória sobre o Lanús combinado com um empate do Boca com o Olimpo.Mas não foi o jogo que mais chamou a atenção de todos naquele ano.

O confronto valia pelas semifinais da Libertadores. O risco de confrontos era tão grande que foi adotado - e vale até hoje - torcidas únicas dentro dos estádios. O primeiro jogo na Bombonera, o segundo no Monumental de Nuñez. Duas gerações de grandes jogadores opostas em campo, o River de Schellotto tentando quebrar o domínio do rival em território sulamericano, o Boca de Tévez tentava buscar o quarto título em cinco anos e ficar a apenas um título do Independiente para se igualar como o maior campeão de Libertadores no continente.



No primeiro jogo com uma enorme pressão dentro da Bombonera Schiavi fez o gol da vitória Xeneize. O time do Boca era uma máquina jogando em casa com Ledesma, Cagna e Vargas jogando próximos da área e com Tevez e Schellotto dentro da área o perigo era constante. Ainda tinha no banco o versátil Cangele e o rápido e habilidoso Delgado. O River um time muito mais 'copeiro' com muitos jogadores experientes em campo.

Mas o segundo jogo foi um teste absurdo para cardíaco. O Boca se seugurava como dava, o River jogando muito com o jovem Max López ia para frente com tudo, Schiavi que cometerá penalti claro em cima de López não marcado por Baldassi era o mais explorado, mas o River ia tentando mas de fato pouco ameaçando o gol defendido por Abbondanzieri.

O Segundo tempo veio e com ele a respiração trancada de todos que assistiam o jogo. Pois na entrada do segundo tempo com 5 minutos jogados o colombiano Fabian Vargas leva o segundo amarelo e deixa o Boca com um a menos - passava a viver o drama do River na primeira partida, quando jogou todo o segundo tempo com um a menos, 10 contra 9 - e o River com isso ia se jogando para o ataque.

Não demorou, e em seguida Lucho Gonzalez acerta um belo chute e a bola bate na trave e vai morrer no fundo da rede do time do Boca, em seguida Astrada, treinador do River, promove a volta de Marcelo Salas, artilheiro chileno que voltava de contusão para buscar marcar e selar a classificação de vez. A pressão era a cada momento maior para o time de Bianchi.

O River não conseguia aproveitar o bom momento, com o Boca todo dentro da área e com Tevez levando os defensores do River a loucura brigando e segurando a bola na frente, o time da casa ia se perdendo e sem conseguir criar muitas chances. Villareal como primeiro homem de marcação era um montro e pouco passava por ele, e se passar, Schiavi e Burdisso estavam ali para matar a jogada.

Mas a surpresa maior estava por vir. Cangele entra no lugar do cansado Cagna e faz boa jogada e cruza para Tévez levar a torcida do Boca batendo de primeira sem chance para Lux, loucura aos 46 minutos do segundo tempo, era a classificação num dos raros ataques do Boca na partida e logo pelos pés de Tévez, jogador que mais provocou antes do jogo e que estava levando a defesa do River a loucura. Ao comemorar o gol imitando uma galinha, Tévez também foi expulso. No desespero o River foi pra cima, neste momento já com Sambueza também havia expulso, mas aos 50 minutos o time do River coloca a bola na área e após o desvio o zagueiro Nasuti coloca o River na frente novamente, e leva a decisão aos penaltis. Era um misto de tensão e alegria pelo gol no rosto de quem estava no estádio.

Todos foram convertendo suas cobranças até que Max López um dos que mais correram em campo bate forte no canto esquerdo de Pato Abbondanzieri e o goleiro faz a defesa. Coube então a Villareal um dos melhores em campo soltar uma bomba quase no meio do gol e Lux não conseguir defender, para dar a classificação ao time do Boca.



o Vídeo aqui em baixo é de um jogo épico, vale a pena ser assistido.



No fim da história o Boca perdeu a final daquela Libertadores para o Once Caldas da Colômbia nos penaltis - numa incrível sequência de quatro perdidos consecutivamente pelos argentinos - e veio a conquistar seu sexto título da Libertadores anos mais tarde apenas na final contra o Grêmio, e até hoje ainda busca igualar o recorde do Independiente. Ao River aquele foi o último momento de grandeza de um dos maiores clubes do continente, a crise se agravou nos anos seguintes e o clube ainda tenta se reerguer. Aquele 2004 foi o último ano da rivalidade  que disputava todos os títulos em que estavam, e a cada ano que passa esse desejo de ver os dois brigando por títulos juntos e ver um jogo como esse aflora não só nos argentinos mas também em quem é viciado em futebol, como eu.

Ficha do jogo:


  • RIVER PLATE
German Lux; Husain, Luiz Ameli (Fernandez), Christian Nasuti e Rojas; Javier Mascherano (Marcelo Salas), Daniel Montenegro, Lucho González e Coudet (Rubens Sambuesa); Max Lopez e Fernando Cavenaghi
Técnico: Leonardo Astrada

  • BOCA JUNIORS
Pato Abbondanzieri; Perea, Schiavi, Burdisso e Clemente Rodriguez; Javier Villarreal, Christian Ledesma, Fabian Vargas e Diego Cagna (Cangele); Guillermo Schelotto e Tevez
Técnico: Carlos Bianchi

Local: estádio Monumental de Nuñez, em Buenos Aires (ARG)


Árbitro: Héctor Baldassi (ARG)


Cartões amarelos: Mascherano (RP), Ledesma (BJ), Gonzalez (RP)


Cartões vermelhos: Vargas (BJ), Sambuesa (RP), Tevez (BJ)


Gol: Lucho Gonzalez, aos 6min, Tevez, aos 44min, e Nasuti, aos 50min do segundo tempo


Pênaltis convertidos: Marcelo Salas, Montenegro, Cavenaghi, Gonzalez (RP); Schiavi, Alvarez, Ledesma, Burdiso e Villarreal (BJ)


Pênaltis perdidos: Max Lopez (RP)

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