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sábado, 3 de novembro de 2012

Vicio História: O domínio holandês e a mudança na história do futebol

O futebol holandês viveu seu momento de maior magia e glórias no início dos anos 70, foram quatro champions em sequência  - uma com o Feyenoord de Roterdã e três com o Ajax de Amsterdã - o que serviu que se criasse uma das maiores rivalidades do futebol mundial, ou pelo menos uma das maiores de times de cidades diferentes.

O futebol europeu se dividia naquele período na Europa entre o estilo clássico dos latinos e estilo 'chuta-e-corre' dos ingleses e escandinavos, e a Holanda incrementou um estilo de brilhantismo tático incomum até aquele momento, e pode-se sim dizer que revolucionou o futebol através dos moldes que deixou para as gerações posteriores.

  • O título de Roterdã, o Feyenoord de 70:

O Feyenoord surgiu em 1888 para o futebol mas até hoje o seu grande momento veio em meados dos anos 60 e seu auge veio em 70 com a vitória sobre o Celtic escocês na final da CHampions League. Foram seis campeonatos holandeses no período. O Feyenorrd ao longo da competição foi eliminando KR da Islândia, Milan, Victoria Berlin (da Alemanha Oriental), Legia Varsovia até chegar a final contra o Celtic escocês.

Os destaque do time começam com a contratação do lendário goleiro Eddie Pieters-Graaland vindo do Ajax por uma fábula na época, e tornando-se o maior goleiro da história do de Kuip, na zaga o destaque vai para o capitão e líder dentro de campo dessa geração: Marinus Israel. No meio-campo destacam-se dois dos principais jogadores da Holanda de 74 chamada de carrossel, Will van Hanegen ( foto), camisa dez deste time e que para fazer parte da seleção jogou até mais atrás, pro time para que Crujiff pudesse brilhar, e o ponta Win Jansen, que atacava com precisão e ainda fechava o meio-campo para bloquear o setor, algo incomum para os padrões europeus na época. e no ataque os chutes do temível Coen Moulijin e o oportunismo do centroavante Ole Kindval - que é até hoje o joador que mais gols fez pelo Feyenoord e é uma lenda no time de Roterdã - todos eles liderados pelo mítico treinador austríaco Ernest Happel* - que detém um  recorde ainda não superado, ao lado do português José Mourinho e do alemão Ottmar Hitzfeld os únicos a ganharem Champions por duas equipes diferentes - que conduziu com maestria um time muito forte do Feyenoord Rotterdã.



* Ernest Happel tem uma história das mais curiosas ligadas ao Grêmio: Seu segundo título de Champions veio com o Hamburgo em 1983, e na final em Tóquio Happel se negou a tirar no inicio do jogo uma foto com Valdir Espinosa - treinador gremista - por alegar não conhecer ninguém do time gremista, bom o final todos sabem, e ao fazer o seu segundo gol Renato passou pela frente do banco alemão gritando em bom português: "Conhecem alguém agora?"


  • Os títulos de Amsterdã, e o brilhantismo de Michels e Cruyff:

Talvez o Ajax tenha feito a mior revolução que o futebol mundial já conheceu, dele chegou-se ao carrosel holandês aclamado pelo público e crítica que perdeu as finais das Copas do Mundo de 1974 e 1978 - respectivamente para a Alemanha de Beckenbauer e a Argentina de Kempes - onde o conceito de todos atacam e todos marcam e a movimentação constante dos atacantes fazia com que fosse um time muito dificil de ser marcado, além de ter um gênio dentro das quatro linhas que fazia com que tudo isso fosse possível: Johan Cruyff.

O Ajax conquistou três títulos em sequência - finais contra contra Panathinaikos, Inter de Milão e juventus de Turin - e é ao lado do Bayern de Munich as únicas equipes a terem tal feito. Liderados por Crujiff mas com toda a base da seleção holandesa  como Neeskens, Kaiser e Arie Haan, entre outros, esse Ajax foi formado pelo lendário Rinus Mitchels, que ao assumir a seleção holandesa em 72 sendo considerado por muitos o maior treinador de todos os tempos do futebol mundial. Alinhado num que se pode chamar 1-3-3-3 tinha zagueiros que sabiam jogar, meias muito participativos tanto defensivamente quanto ofensivamente e no ataque as trocas de posições entre Kaiser, Rep e Cruyff sempre em sentido vertical a faziam ser um time praticamente mortal.

Barry Hulshoff era o líbero, com uma linha formada por a sua frente uma linha de três defensores: Suurbier e Krol nos três títulos, e Velibor Vasovic, iugoslavo no primeiro e depois substítuido por BlakenBurg. No meio-campo uma máquina de jogar bola: Gerie Muhren, Johan Neeskens e Arie Haan (foto à esquerda), formaram o meio-campo móvel e de muita velocidade de transição, tinham um entrosamento perfeito e levaram isso para a seleção. Enquanto Neeskens era o organizador e ficava mais, Haan e Muhren chegavam toda hora ao ataque no buraco deixado pela movimentação de Crujiff', ambos fazendo muitos gols tanto pelo Ajax quanto pela seleção. No ataque juntavam-se a Cruyff: Piet Kaiser na esquerda e Van Dijk (em 1971), e depois Johnnie Rep (a partir de 1972) na direita. Na seleção holandesa ainda havia o super artilheiro do Anderlecht Rob Resembrink (foto à direita), um dos maiores artilheiros que o futebol mundial já teve.

E foi assim num esquema de jogo revolucionário, com jogadores técnicos mas que se doavam ao time, e um centroavante que nunca estava na área que o Ajax conquistou três vezes a Europa e foi a base do time que revolucionou o futebol mundial, mesmo sem ter ganho nada como foi a Holanda dos anos 70, a Holanda do aclamado "Carrosel".

Baixo o vídeo do tri-campeonato contra a Juventus de Turin:



OBS: Aqui termino a série sobre o país que sempre me encantou: Holanda. Com suas três gerações que mais marcaram na história do futebol mundial, uma delas inclusive sendo responsável por uma mudança de cultura no futebol. Com bons vídeos que se dá pra ter um boa idéia do que esse estilo de jogo representou ao mundo.

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