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sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010

As Dívidas dos Clubes Brasileiros

Do Blog do Émerson Gonçalves.


Clube

Passivo *

Fiscais

%

Conting

%

Emprest

%

Vasco

308,1

99,2

32,2

111,1

36,1

97,8

31.7

Flamengo

278,3

201,5

72,4

36,5

13,1

40,3

14,5

Fluminense

272,9

140,3

51,4

132,6

48,6

0,02

0

Atlético MG

267,8

138,3

51,6

23,5

8,8

106,0

39,6

Botafogo

219,0

132,8

60,6

71,8

32,8

14,4

6,6

Corinthians

118,3

48,6

41,1

17,2

14,5

52,5

44,4

Palmeiras

55,1

39,5

71,7

0

0

15,6

28,3

Internacional

126,7

120,1

94,8

2,4

1,9

4,2

3,3

Santos

134,3

90,8

67,6

2,2

1,6

41,3

30,8

Grêmio

108,5

76,7

70,7

17,9

16,5

13,9

12,8

São Paulo

143,3

95,9

66,9

2,5

1,8

44,9

31,3

Cruzeiro

84,7

65,7

77,5

1,4

1,7

17,6

20,8

Coritiba

54,6

35,6

65,2

5,0

9,2

14,0

25,6

Náutico

44,9

28,9

64,4

14,1

31,4

1,9

4,2

Atlético PR

23,1

7,8

33,7

4,5

19,5

10,8

46,8

Paraná

26,2

16,6

63,4

9,3

35,5

0,3

1,1

Figueirense

9,3

8,4

90,3

0,9

9,7

0

0

São Caetano

2,1

0,3

14,2

0,1

4,8

1,7

81,0

Barueri

0,5

0,001

0

0,5

100,0

0

0

Totais

2.277,7

1.347,0

59,1

453,5

19,9

477,2

21,0



A primeira informação que salta aos nossos olhos é velha e bem conhecida: nossos clubes devem para a sociedade. Há quem diga que eles devem para o governo. Há quem diga, com mais acerto, que eles devem para o Estado. Eu prefiro dizer que devem para a sociedade, pois o governo é mera ferramenta transitória (ou assim deveria ser) na administração do Estado, enquanto que este é tão somente o braço organizado da própria sociedade para gerir seus negócios. O governo somos nós. O Estado somos nós. Esse conceito é um conjunto vazio no Brasil, mas algum dia precisará ser preenchido. Nesse dia, quem sabe, cédulas numa cueca ou numa meia & assemelhados, será motivo de profundo opróbrio e levará ao degredo moral e político de quem com isso se envolve. Por enquanto, porém, essas insignes figuras continuam governando e legislando sem maiores conseqüências, afinal, a sociedade não sabe que o governo é mero servidor dela e não o contrário, e que o Estado nada mais é que seu braço operacional, jamais o seu cérebro.


Considerando os números de 2008 – estes são os números oficiais disponíveis; qualquer coisa fora deles não é oficial e não tem valor para análise, lembrando que esses balanços são peças legais, devidamente auditados e dignos de fé; até prova em contrário, claro, mas se não há prova, então eles representam a verdade – nossos maiores clubes tem um passivo (depurado) total de 2.277.700.000 ou, trocando em miúdos, 2,27 bilhões de reais.

Desse total, as dívidas com o fisco representam bem mais da metade – 59,1% – ou seja, 1,35 bilhão de reais. Lembram da história de não precisar apresentar balanços e os números ficarem restritos a meia dúzia de iniciados nos clubes? Em boa parte por isso chegamos a esse ponto.

Aqui, porém, há dívidas que não são desse tipo.

Se o coração tem razões que a própria razão desconhece, o estado tupiniquim tem impostos, normas e decretos que o próprio fisco desconhece, tamanha a quantidade e diversidade. Isso levou a muitas cobranças julgadas indevidas pelos clubes, principalmente em transferências de atletas para o exterior, que foram contestadas judicialmente. Quando se fez o acordo Timemania, o governo exigiu que os clubes reconhecessem todas as dívidas para poder participar. A contragosto isso foi feito. Então, nesse imbróglio todo há dívidas que, provavelmente, a justiça decidiria a favor dos clubes. O Sindicato dos Clubes entrou na justiça e conseguiu uma liminar que, pelo que sei, ainda não foi julgada.


Os restantes 40% dividem-se de maneira quase igual entre as dívidas contingenciais e as financeiras. No primeiro caso o que mais aparece são as dívidas trabalhistas. Há enxurradas delas, a maioria com apoio legal. Outras, são questionáveis, como cobranças de horas extras pela concentração, participação em direito de arena acima da taxa combinada com os sindicatos, etc. No geral, porém, a maior parte dessas ações resultarão em sentenças pró-atletas, pois os clubes não primam pela correção nos pagamentos a seus funcionários.
Virou uma prática comum rolar dívidas através de adiantamentos de direitos de TV. Uma verdadeira festa. Há clubes que pouco têm a receber inclusive em 2011, pois já engoliram parte de suas receitas. E em 2011 teremos um novo drama se desenhando: os adiantamentos sobre o BR, que representam a maior parte dessas operações, não poderão entrar em 2012, pelo simples motivo que o contrato que dá guarida a todas essas operações terminará em 31 de dezembro de 2011. E sem a guarida de um contrato não há adiantamento, pois não há garantia. Isso desmistifica, ou deveria desmistificar, o tal de “rabo preso” dos clubes com a TV por conta de adiantamentos. Mas não acontecerá, afinal, a tese do “rabo preso” é muito mais simples e simpática de ser explorada. Aliás, em 2008, Flamengo e São Paulo brigavam, juntamente com o Corinthians, por mudanças no contrato que estava em discussão para a cessão dos direitos a partir de 2009. Premido pela falta de dinheiro e a necessidade de obter recursos o mais rápido possível, o presidente do Corinthians assinou o novo contrato sem sequer avisar seus colegas. Isolados, Juvenal Juvêncio e Marcio Braga também assinaram. O “velho” OCE comentou esse fato à época. Voltando aos números das dívidas: essas operações representam boa parte desses empréstimos, sendo a outra parte referente aos emprestadores clássicos de dinheiro, pelas vias clássicas: os bancos.


Ainda é um pouco cedo analisar essas divisões, embora tenhamos os números relativos a 2007. Todavia, tão logo saiam os balanços, teremos melhores condições para análise, com três anos em perspectiva. A Casual Auditores já tem programado um trabalho comparando as dívidas dos clubes brasileiros com as dos clubes europeus e tão logo ele saia será mostrado aqui. Pelo que andei vendo nos últimos tempos, há uma certa latinidade nesse negócio de dever para o fisco. Sei lá, talvez não vejamos com bons olhos essa coisa de pagar tributos, o que talvez indique que temos todos um bocado do sangue galês de Asterix & Cia.


Enquanto isso, cada torcedor pode dar uma olhada nos números e ver a composição da dívida de seu clube e como ele está em relação à média dos clubes brasileiros.

Meus pitacos:

*Principal dívida Vascaína são as contigências (dividas com jogadores, funcionários, etc..., que acabam fazendo com que os bens do clube sejam penhorados e principalmente as rendas dos jogos);

*A principal dívida Corinthiana deixou de ser as contigências, ou seja o passivo está mais folgado agora a curto prazo;


*O Inter deve mais de 90% de sua dívida para o governo, que está arrolada atualmente a Timemania, o que em muito se explica a saúde financeira colorada;


*O Palmeiras é o único time com dívida zero em contigências;


*O Flamengo deve mais de DUZENTOS MILHÕES DE REAIS PARA O GOVERNO, o mesmo Flamengo que já vem sendo alcançado, porque sua dívida caiu do ano passado para cá, por Fluminense e Atlético Mineiro, e que ao lado de Vasco e Botafogo, formam o TOP FIVE dos inadimplentes brasileiros;

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