Clube | Passivo * | Fiscais | % | Conting | % | Emprest | % |
Vasco | 308,1 | 99,2 | 32,2 | 111,1 | 36,1 | 97,8 | 31.7 |
Flamengo | 278,3 | 201,5 | 72,4 | 36,5 | 13,1 | 40,3 | 14,5 |
Fluminense | 272,9 | 140,3 | 51,4 | 132,6 | 48,6 | 0,02 | 0 |
Atlético MG | 267,8 | 138,3 | 51,6 | 23,5 | 8,8 | 106,0 | 39,6 |
Botafogo | 219,0 | 132,8 | 60,6 | 71,8 | 32,8 | 14,4 | 6,6 |
Corinthians | 118,3 | 48,6 | 41,1 | 17,2 | 14,5 | 52,5 | 44,4 |
Palmeiras | 55,1 | 39,5 | 71,7 | 0 | 0 | 15,6 | 28,3 |
Internacional | 126,7 | 120,1 | 94,8 | 2,4 | 1,9 | 4,2 | 3,3 |
Santos | 134,3 | 90,8 | 67,6 | 2,2 | 1,6 | 41,3 | 30,8 |
Grêmio | 108,5 | 76,7 | 70,7 | 17,9 | 16,5 | 13,9 | 12,8 |
São Paulo | 143,3 | 95,9 | 66,9 | 2,5 | 1,8 | 44,9 | 31,3 |
Cruzeiro | 84,7 | 65,7 | 77,5 | 1,4 | 1,7 | 17,6 | 20,8 |
Coritiba | 54,6 | 35,6 | 65,2 | 5,0 | 9,2 | 14,0 | 25,6 |
Náutico | 44,9 | 28,9 | 64,4 | 14,1 | 31,4 | 1,9 | 4,2 |
Atlético PR | 23,1 | 7,8 | 33,7 | 4,5 | 19,5 | 10,8 | 46,8 |
Paraná | 26,2 | 16,6 | 63,4 | 9,3 | 35,5 | 0,3 | 1,1 |
Figueirense | 9,3 | 8,4 | 90,3 | 0,9 | 9,7 | 0 | 0 |
São Caetano | 2,1 | 0,3 | 14,2 | 0,1 | 4,8 | 1,7 | 81,0 |
Barueri | 0,5 | 0,001 | 0 | 0,5 | 100,0 | 0 | 0 |
Totais | 2.277,7 | 1.347,0 | 59,1 | 453,5 | 19,9 | 477,2 | 21,0 |
A primeira informação que salta aos nossos olhos é velha e bem conhecida: nossos clubes devem para a sociedade. Há quem diga que eles devem para o governo. Há quem diga, com mais acerto, que eles devem para o Estado. Eu prefiro dizer que devem para a sociedade, pois o governo é mera ferramenta transitória (ou assim deveria ser) na administração do Estado, enquanto que este é tão somente o braço organizado da própria sociedade para gerir seus negócios. O governo somos nós. O Estado somos nós. Esse conceito é um conjunto vazio no Brasil, mas algum dia precisará ser preenchido. Nesse dia, quem sabe, cédulas numa cueca ou numa meia & assemelhados, será motivo de profundo opróbrio e levará ao degredo moral e político de quem com isso se envolve. Por enquanto, porém, essas insignes figuras continuam governando e legislando sem maiores conseqüências, afinal, a sociedade não sabe que o governo é mero servidor dela e não o contrário, e que o Estado nada mais é que seu braço operacional, jamais o seu cérebro.
Considerando os números de 2008 – estes são os números oficiais disponíveis; qualquer coisa fora deles não é oficial e não tem valor para análise, lembrando que esses balanços são peças legais, devidamente auditados e dignos de fé; até prova em contrário, claro, mas se não há prova, então eles representam a verdade – nossos maiores clubes tem um passivo (depurado) total de 2.277.700.000 ou, trocando em miúdos, 2,27 bilhões de reais.
Desse total, as dívidas com o fisco representam bem mais da metade – 59,1% – ou seja, 1,35 bilhão de reais. Lembram da história de não precisar apresentar balanços e os números ficarem restritos a meia dúzia de iniciados nos clubes? Em boa parte por isso chegamos a esse ponto.
Aqui, porém, há dívidas que não são desse tipo.
Se o coração tem razões que a própria razão desconhece, o estado tupiniquim tem impostos, normas e decretos que o próprio fisco desconhece, tamanha a quantidade e diversidade. Isso levou a muitas cobranças julgadas indevidas pelos clubes, principalmente em transferências de atletas para o exterior, que foram contestadas judicialmente. Quando se fez o acordo Timemania, o governo exigiu que os clubes reconhecessem todas as dívidas para poder participar. A contragosto isso foi feito. Então, nesse imbróglio todo há dívidas que, provavelmente, a justiça decidiria a favor dos clubes. O Sindicato dos Clubes entrou na justiça e conseguiu uma liminar que, pelo que sei, ainda não foi julgada.
Os restantes 40% dividem-se de maneira quase igual entre as dívidas contingenciais e as financeiras. No primeiro caso o que mais aparece são as dívidas trabalhistas. Há enxurradas delas, a maioria com apoio legal. Outras, são questionáveis, como cobranças de horas extras pela concentração, participação em direito de arena acima da taxa combinada com os sindicatos, etc. No geral, porém, a maior parte dessas ações resultarão em sentenças pró-atletas, pois os clubes não primam pela correção nos pagamentos a seus funcionários.
Virou uma prática comum rolar dívidas através de adiantamentos de direitos de TV. Uma verdadeira festa. Há clubes que pouco têm a receber inclusive em 2011, pois já engoliram parte de suas receitas. E em 2011 teremos um novo drama se desenhando: os adiantamentos sobre o BR, que representam a maior parte dessas operações, não poderão entrar em 2012, pelo simples motivo que o contrato que dá guarida a todas essas operações terminará em 31 de dezembro de 2011. E sem a guarida de um contrato não há adiantamento, pois não há garantia. Isso desmistifica, ou deveria desmistificar, o tal de “rabo preso” dos clubes com a TV por conta de adiantamentos. Mas não acontecerá, afinal, a tese do “rabo preso” é muito mais simples e simpática de ser explorada. Aliás, em 2008, Flamengo e São Paulo brigavam, juntamente com o Corinthians, por mudanças no contrato que estava em discussão para a cessão dos direitos a partir de 2009. Premido pela falta de dinheiro e a necessidade de obter recursos o mais rápido possível, o presidente do Corinthians assinou o novo contrato sem sequer avisar seus colegas. Isolados, Juvenal Juvêncio e Marcio Braga também assinaram. O “velho” OCE comentou esse fato à época. Voltando aos números das dívidas: essas operações representam boa parte desses empréstimos, sendo a outra parte referente aos emprestadores clássicos de dinheiro, pelas vias clássicas: os bancos.
Ainda é um pouco cedo analisar essas divisões, embora tenhamos os números relativos a 2007. Todavia, tão logo saiam os balanços, teremos melhores condições para análise, com três anos em perspectiva. A Casual Auditores já tem programado um trabalho comparando as dívidas dos clubes brasileiros com as dos clubes europeus e tão logo ele saia será mostrado aqui. Pelo que andei vendo nos últimos tempos, há uma certa latinidade nesse negócio de dever para o fisco. Sei lá, talvez não vejamos com bons olhos essa coisa de pagar tributos, o que talvez indique que temos todos um bocado do sangue galês de Asterix & Cia.
Enquanto isso, cada torcedor pode dar uma olhada nos números e ver a composição da dívida de seu clube e como ele está em relação à média dos clubes brasileiros.
Meus pitacos:
*Principal dívida Vascaína são as contigências (dividas com jogadores, funcionários, etc..., que acabam fazendo com que os bens do clube sejam penhorados e principalmente as rendas dos jogos);
*A principal dívida Corinthiana deixou de ser as contigências, ou seja o passivo está mais folgado agora a curto prazo;
*O Inter deve mais de 90% de sua dívida para o governo, que está arrolada atualmente a Timemania, o que em muito se explica a saúde financeira colorada;
*O Palmeiras é o único time com dívida zero em contigências;
*O Flamengo deve mais de DUZENTOS MILHÕES DE REAIS PARA O GOVERNO, o mesmo Flamengo que já vem sendo alcançado, porque sua dívida caiu do ano passado para cá, por Fluminense e Atlético Mineiro, e que ao lado de Vasco e Botafogo, formam o TOP FIVE dos inadimplentes brasileiros;
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