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domingo, 11 de julho de 2010

Pré-Jogo: Holanda x Espanha

Chegaram as duas seleções que foram a África com o intuito de jogar abertos com posse de bola e com o máximo de efetividade permitida. Isso já é notório para todos. O legado que essa copa deixa para os próximos quatro anos é que sem se ter a bola não se ganha o jogo, não adianta colocar 11 guerreiros atrás da linha da bola e esperar que num contra-ataque três deles decidam tudo que é jogo, não adianta colocar 4 zagueiros e um monte de atacante achando que isso é fórmula de vitória, ou colocar em campo um time quase sub-20 e que na hora de resolver tremeu no jogo mais importante da sua vida, a posse de bola qualificada, o domínio sobre o adversário, jogadas tantos pelos lados e pelo meio, aproximação, recomposição defensiva, e jogadores de grande qualidade para fazer a diferença, é nisso que Espanha e Holanda apostaram, uma um pouco mais aqui e menos ali, mas não jogaram todas as suas fichas em um esquema apenas, e sim num conjunto bem articulado e bem armado, essa lição teremos que levar dessa Copa.

Ao ver a Holanda jogar me lembro da época dos campeonatos de WE aqui em casa - em 2008 - em que várias vezes jogava com o Ajax de Sneijder e Van Der Vaart no meio campo e Rosales, Mitea e Huntelaar no ataque. Bons jogos contra Chelsea de Cicero, Juve de Munaia, Manchester de Thiago, Milan de Marcelo, entre outros. Falo isso porque fui sempre um fã da obrigação quase contratual dos treinadores holandeses de ter que colocar pontas em campo, e os dessa geração Robeen e Kuyt de estilos tão diferentes e funções tão semelhantes personificam uma nova era iniciada com Mourinho no futebol inglês, os pontas de hoje são obrigados a correr mais que qualquer lateral, completam o meio-campo, aparecem para finalizar, e ainda marcam o lateral adversário, a sua antes exclusiva função - chegar a linha de fundo para cruzar - hoje é praticamente secundária, dada a escassez com que a jogada vem sendo aplicada hoje em dia.

Na Espanha o jogo cardume em que todo mundo fica próximo para tocar a bola até o time adversário errar fica no limiar da eficiência, mas vem funcionando. Na Euro-08, o time espanhol jogava num esquema clássico do futebol local, com dois homens que jogavam na linha central do campo - Senna e Xavi - e dois jogadores que eram pontas mesmo, para ir a linha de fundo - David Silva e Iniesta, seus reservas Santi Cazorla e Joaquin tinham as mesmas características dos titulares - e com dois atacantes iluminados  - Villa e Torres. As jogadas rápidas pelos lados do campo, e a distribuição precisa de jogo de Xavi fez o esquema ser ideal para a conquista do título. Para a Copa do Mundo Del Bosque que entrou no lugar de Aragonés, fez o time jogar com um losângulo no meio-campo - Busquets na contenção, Xavi e Xabi Alonso na distribuição e Iniesta na armação e aproximação aos atacantes - e no ataque o ainda iluminado Villa e o agora a volta com lesões Torres, que fora das suas melhores condiçãoes perdeu espaço para o rápido e driblador Pedro. O esquema é mais sólido e mais avessos a imprevistos quanto o anterior onde a Espanha atacava sem parar mas era muito atacada também, hoje o time tem a bola o que faz com que seja pouco atacada e ataca em bloco.

Me contive no ataque dos dois times, acho esse o grande legado deles para o futebol mundial, em 2002 foi a ascensão do 3-5-2 campeão do mundo, em 2006 o 4-3-1-2 onde os laterais não atacavam e o importante foi defender bem, em 2010 seja no 4-4-2 em losângulo espanhol ou no 4-2-3-1 holandês, o legado é que sem a bola ao seu controle não se ganha uma grande competição, pode-se ganhar partidas, mas um título dependerá da forma como controlamos ela.

Feliz seja essa nova era para nós amantes do futebol.

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