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quarta-feira, 19 de setembro de 2012

O vestiário Colorado

Fernandão vai aos microfones reclamar de jogadores. Direção não se manifesta em nenhum momento. No vestiário D'Alessandro e Damião saem praticamente no soco com todos os jogadores tendo que se meter para separar. A direção mais uma vez não se manifesta, nem para desmentir a história, nem para nega-lá. Fernandão critica veementemente jogadores mais experientes falando abertamente de ícones do vestiário como Bolivar e estrelas como Forlán e Damião. Luciano Davi com muito atraso diz que Fernandão está privilegiado - algo como quase demitido no "cartolês" brasileiro - e que a diretoria apóia o treinador a barrar os experientes e que estão na zona de conforto citado por ele na sua bombástica entrevista.

Esse é o Inter dos últimos dias...

Tudo isso começa lá atrás, onde a diretoria que viu Abel sair em 2007 e desde então praticamente não conseguiu mais colocar comando no time. Teve um esboço com Titi em 2008 e a conquista da Sulamericana, mas após isso nunca mais se teve unanimidade no vestiário colorado - e não me venham com Roth e a Libertadores de 2010, que nem o mais entusiasta e confiante colorado confiava no título com Roth no comando.

São muitos erros e algumas situações vexaminosas nesse meio tempo, como jogador tendo expulsões em cima de expulsões, como brigas internas vazando, polêmicas sempre sendo colocadas pra fora e o principal: O Inter nunca conseguiu ter um plano tático definido. Depois do 3-5-2 de Abel, raros momentos consegue-se dizer o time e o esquema utilizados, dizer especificamente no que esse time é bom, vive de individualidades, ora D'Alessandro resolve jogar, ora Damião consegue fazer gols, ora tinha Oscar num grande momento, sempre as individualidades salvando o clube, em poucos momentos o que prevalece é o coletivo, o time, algo que a muito não se vê no Beira-Rio.

Méritos dessa mesma diretoria em conseguir trazer e principalmente revelar jogadores aos montes para o time principal - ninguém no Brasil revela e usa jogadores da base em quantidade tão grande quanto o Inter - mas não consegue trazer um técnico que diga que ele não é uma aposta, são sempre técnicos do quilate de Dorival, Gallo, ou insistências em apostas como o tempo que ficou Enderson Moreira, ou Jorge Fossatti.

Técnico não ganha jogo, e muito menos vira um placar - Fernandão foi sincero e extremamente feliz nesse ponto na entrevista pós-jogo - mas detecta problemas, fadigas, erros e acertos, fecha o grupo e faz com que ele de seu melhor quase todo o tempo - se não o melhor que esteja sempre perto dele - e sabe onde usar o que de melhor cada peça tem a oferecer, algo que não vimos no Inter. Ou D'Ale, Damião, ou algum outro jogador brilha, e resolve, ou se não o Inter continua no mesmo marasmo.

Dizem que pro ano que vem - e é uma corrente bem forte - que Dunga está encaminhado, que ele só aceitaria trabalhar desde o inicio de uma temporada e não a pegando pelo meio do caminho. Seria alguém que conseguiria mesmo com toda a sua truculência botar ordem na casa, e ainda nos premiaria com coletivas impagáveis.

Mas pra finalizar, o que a diretoria do Inter está fazendo com esse time é um crime. É um dos clubes que melhor soube aproveitar as brechas de crescimento dos últimos anos, mas se perde num fator quase que simples: O descuido de não ter alguém que realmente saiba o que está fazendo no bem mais valioso do clube, o seu futebol profissional.

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