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Estar no aquário: Sinônimo de "estar em observação", "estar a apreciação de outras pessoas".
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O ano do Figueirense começou numa enorme expectativa, vaga pela primeira vez alcançada para uma compeição continental, um ótimo CB realizado ano passado, jogadores importantes como Ygor e Júlio César mantidos, com ídolos da torcida como Wilson e Fernandes ainda no elenco e uma aposta em Branco para treinador da equipe para o Catarinense. Hoje tudo isso está mais próximo do desespero de voltar a Série B do que a alegria que o clube dava aos seus torcedores no mesmo período do ano passado.
E como sempre sobra para alguém, dessa vez sobrou para o presidente Nestor Lodetti (foto) que renunciou o seu cargo a alguns dias atrás, depois vieram a demissão de gente de confiança do presidente como o responsável pelo Marketing Renan Dal Zotto e o diretor de futebol Marcos Teixeira. Mas nada incomoda tanto o torcedor quanto a parceria - que para muitos ainda era nebulosa - do clube com a Aliance Sports, empresa de administração esportiva que comandou o clube nesta temporada, indicando jogadores e investindo (? - aí o grande impasse da questão) no futebol do clube.
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Pois bem o contrato já tinha caído na net há algumas semanas atrás, aqui você consegue ver ele, mas vou pegar o post do blogueiro e advogado Nikollas Bottós - aqui o site, onde se acha tudo sobre o Figueirense - que deu uma resenhada sobre os principais pontos do contrato Figueirense-Aliance. Vamos a ele:
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Ontem no final da tarde recebi uma ligação de uma pessoa influente
nas relações entre Figueirense e Alliance, dizendo estar cansado e
querendo abrir o jogo. “Mr. Deep Throat”, como será chamado daqui pra
frente, além de relatar várias coisas sobre a crise administrativa do
Figueirense, me entregou uma cópia do 2º termo aditivo ao contrato
firmado entre Figueirense e Alliance.
O resto da história você viu no post em que o Meu Figueira colocou a disposição da torcida com o download do contrato e aditivo.
Fiquei com a missão de avaliar o contrato e trazer à nação alvinegra os principais pontos. Destaco que além dos 20% sobre todas as receitas brutas que o Figueirense tinha direito,
este aditivo tem ainda mais requintes de crueldade. Ele determina que a
remuneração do Figueirense seja dividida da seguinte forma:
a) ARENA
Sobre
as receitas provenientes do desenvolvimento e execução de um projeto
imobiliário, pela Alliance, para construção/reforma de um novo estádio
(arena) de futebol, incluindo construção de empreendimentos comerciais
no local e no seu entorno, bem como a exploração comercial desses bens, a Alliance será remunerada com percentual a ser especificado em contrato especifico sobre a nova arena, mas deverá ser entre 10% e 20% sobre o valor total dos investimentos;
b) FUNDO DE INVESTIMENTO DE FORMAÇÃO DE JOGADORES
Sobre
as receitas provenientes do desenvolvimento e execução de um plano
estratégico, pela Alliance, visando à implantação de um fundo de
investimento para formação de jogadores, utilizando para isto o CFT –
Centro de Formação e Treinamento do Figueirense e toda a sua estrutura,
tudo custeado pelo Figueirense e/ou terceiros com recursos captados,
intermediados e administrados pela Alliance, a parceira terá direito a 20% da receita bruta;
c) MARKETING, TV e PATROCÍNIO
Sobre
as receitas provenientes do desenvolvimento e execução de toda a gestão
de Marketing do Figueirense, pela Alliance, incluindo os contratos de
uso e licenciamento de marcas e demais sinais relacionados à imagem do
Figueirense, os contratos de patrocínio, de licenciamento de uso de
marcas e símbolos, de publicidade e propaganda do Figueirense, assim
como os contratos de transmissão de eventos do Figueirense, celebrados
com detentoras de concessão, permissão ou autorização para exploração de
serviços de radiodifusão sonora e de sons e imagens, bem como de
televisão por assinatura, a parceira terá direito a 40% do lucro;
d) GESTÃO DO FUTEBOL
Sobre
as atividades de desenvolvimento e gestão do futebol, reformulação das
categorias de base, formação de jogadores e gestão dos processos de
aquisição, venda, intermediação e administração dos direitos federativos
dos atletas profissionais e da categoria de base, todas feitas com
exclusividade pela Alliance, a parceira terá direito a 40% da totalidade dos direitos econômicos, de formação e de solidariedade incidentes sobre cada atleta da base e/ou profissional, mesmo que o vínculo federativo não seja mais do Figueirense,
respeitando o mínimo de 10% ao Figueirense, sendo que tais direitos da
Alliance serão registrados nos contratos dos atletas em 180 dias da data
da assinatura do contrato;
e) DEMAIS RECEITAS
Sobre as atividades de desenvolvimento e gestão profissional do Figueirense, feita pela Alliance em parceria com a Diretoria Administrativa, e demais receitas não especificadas, a parceira terá direto a 20% da receita bruta.
O contrato prevê também como o Figueirense vai pagar esses
percentuais à Alliance, que será uma parcela de 50% do saldo devedor, no
mês seguinte ao recebimento da receita. Esta parcela deve perfazer, no
mínimo, o montante de R$215.000,00 (Duzentos e quinze mil reais), e será
paga independentemente de fluxo de caixa positivo, ou seja, mesmo que o
mês feche no “vermelho”, com prejuízo aos cofres do Figueirense, a
Alliance, que deveria zelar pela administração do Clube, recebe seu
quinhão. É o prêmio para a má administração.
É ruim? Calma que ainda tem mais!
Se esse montante pago não for suficiente para quitar toda a dívida,
esse saldo devedor deverá ser pago em janeiro do ano subsequente, em
espécie (dinheiro), caso o Figueirense tenha fluxo de caixa positivo ou
então a Alliance pode receber o pagamento em forma de direitos
econônicos, de formação e de solidariedade dos atletas das categorias de
base e/ou profissional, sendo que a escolha dos atletas e dos
percentuais incidentes caberá, única e exclusivamente, à Alliance,
respeitando o mínimo de 10% que deverá ser do Figueirense.
Ou
seja, ao início de cada ano, a Alliance poderá escolher os destaques do
Figueirense e fazer o que bem entender com os direitos econômicos deles. Inclusive vender para o co-irmão do Sul da Ilha.
E o dinheiro investido?
E você deve se perguntar, como eu também me pergunto, o que a
Alliance fez para o Figueirense para receber tamanha generosidade? O 2º
termo aditivo explica que a Alliance fez um depósito de R$500.000,00
(quinhentos mil reais), à titulo de adiantamento dos investimentos
captados para a Arena. E mais nada.
A Alliance ainda é salvaguardada em investir no Clube, pois o
contrato também prevê que qualquer chamada de capital do investidor só
poderá ser feita com a aferição da real necessidade, análise técnica
detalhada, estudo específico de viabilidade econômico-financeira e,
ainda, após exauridas todas as possibilidade de captação e geração de
recursos através dos ativos do Figueirense.
Ou
seja, a Alliance só põe dinheiro no Figueirense depois de passar por
uma burocracia enorme e depois que o Figueirense não possa tomar nenhum
tipo de empréstimo, nem ter nada para vender, seja o objeto da venda os
jogadores ou qualquer outro patrimônio do Clube.
E se quiser acabar o contrato?
Pois é, o contrato é prejudicial para o Figueirense. Chegamos, com
certeza, a mesma conclusão. Vamos romper o contrato com a Alliance?
A multa rescisória é calculada pela renda bruta do Figueirense nos
últimos 12 meses antes da rescisão, e desse montante, a Alliance terá
direito à 20%.
A última alternativa é a anulação deste contrato, por não ter passado por análise e aprovação no Conselho Administrativo. Enquanto isso não ocorre, a série B é o menos dos meus pesadelos.
-----------------------------------------------------Ta aí uma das maiores vergonhas da temporada do futebol brasileiro, arrendaram o clube para uma empresa e agora estão pagando caro a conta. É simplesmente incraditável que os clubes brasileiros ainda caiam nessa armadilha são inúmeros exemplos de parcerias que deram muito errado, e casos como o Palmeiras-Parmalat e Juventude-Parmalat que tiveram alguns anos de glória são cada vez mais parametros que fogem a regra, casos como o do Figueirense agora se parecem muito com Flamengo-ISL, Grêmio-ISL, Corinthians-Excel, Corinthians-MSI, que mais dor de cabeça trouxeram aos clubes do que propriamente retorno em títulos e principalmente retorno financeiro.
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