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sexta-feira, 28 de setembro de 2012

Coluna Fora de jogo: A Parceria no Aquário

Fonte: Blog do Jornalista Rodrigo Santos, dono de um dos melhores blogs esportivos do país, e especialista em futebol Catarinense. 

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Estar no aquário: Sinônimo de "estar em observação", "estar a apreciação de outras pessoas".

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O ano do Figueirense começou numa enorme expectativa, vaga pela primeira vez alcançada para uma compeição continental, um ótimo CB realizado ano passado, jogadores importantes como Ygor e Júlio César mantidos, com ídolos da torcida como Wilson e Fernandes ainda no elenco e uma aposta em Branco para treinador da equipe para o Catarinense. Hoje tudo isso está mais próximo do desespero de voltar a Série B do que a alegria que o clube dava aos seus torcedores no mesmo período do ano passado.

E como sempre sobra para alguém, dessa vez sobrou para o presidente Nestor Lodetti (foto) que renunciou o seu cargo a alguns dias atrás, depois vieram a demissão de gente de confiança do presidente como o responsável pelo Marketing Renan Dal Zotto e o diretor de futebol Marcos Teixeira. Mas nada incomoda tanto o torcedor quanto a parceria - que para muitos ainda era nebulosa - do clube com a Aliance Sports, empresa de administração esportiva que comandou o clube nesta temporada, indicando jogadores e investindo (? - aí o grande impasse da questão) no futebol do clube.

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Pois bem o  contrato já tinha caído na net há algumas semanas atrás, aqui você consegue ver ele, mas vou pegar o post do blogueiro e advogado Nikollas Bottós - aqui o site, onde se acha tudo sobre o Figueirense - que deu uma resenhada sobre os principais pontos do contrato Figueirense-Aliance. Vamos a ele:

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Ontem no final da tarde recebi uma ligação de uma pessoa influente nas relações entre Figueirense e Alliance, dizendo estar cansado e querendo abrir o jogo. “Mr. Deep Throat”, como será chamado daqui pra frente, além de relatar várias coisas sobre a crise administrativa do Figueirense, me entregou uma cópia do 2º termo aditivo ao contrato firmado entre Figueirense e Alliance.
Fiquei com a missão de avaliar o contrato e trazer à nação alvinegra os principais pontos. Destaco que além dos 20% sobre todas as receitas brutas que o Figueirense tinha direito, este aditivo tem ainda mais requintes de crueldade. Ele determina que a remuneração do Figueirense seja dividida da seguinte forma:

a) ARENA 

Sobre as receitas provenientes do desenvolvimento e execução de um projeto imobiliário, pela Alliance, para construção/reforma de um novo estádio (arena) de futebol, incluindo construção de empreendimentos comerciais no local e no seu entorno, bem como a exploração comercial desses bens, a Alliance será remunerada com percentual a ser especificado em contrato especifico sobre a nova arena, mas deverá ser entre 10% e 20% sobre o valor total dos investimentos;

b) FUNDO DE INVESTIMENTO DE FORMAÇÃO DE JOGADORES 

Sobre as receitas provenientes do desenvolvimento e execução de um plano estratégico, pela Alliance, visando à implantação de um fundo de investimento para formação de jogadores, utilizando para isto o CFT – Centro de Formação e Treinamento do Figueirense e toda a sua estrutura, tudo custeado pelo Figueirense e/ou terceiros com recursos captados, intermediados e administrados pela Alliance, a parceira terá direito a 20% da receita bruta;

c) MARKETING, TV e PATROCÍNIO

Sobre as receitas provenientes do desenvolvimento e execução de toda a gestão de Marketing do Figueirense, pela Alliance, incluindo os contratos de uso e licenciamento de marcas e demais sinais relacionados à imagem do Figueirense, os contratos de patrocínio, de licenciamento de uso de marcas e símbolos, de publicidade e propaganda do Figueirense, assim como os contratos de transmissão de eventos do Figueirense, celebrados com detentoras de concessão, permissão ou autorização para exploração de serviços de radiodifusão sonora e de sons e imagens, bem como de televisão por assinatura, a parceira terá direito a 40% do lucro;

d) GESTÃO DO FUTEBOL

Sobre as atividades de desenvolvimento e gestão do futebol, reformulação das categorias de base, formação de jogadores e gestão dos processos de aquisição, venda, intermediação e administração dos direitos federativos dos atletas profissionais e da categoria de base, todas feitas com exclusividade pela Alliance, a parceira terá direito a 40% da totalidade dos direitos econômicos, de formação e de solidariedade incidentes sobre cada atleta da base e/ou profissional, mesmo que o vínculo federativo não seja mais do Figueirense, respeitando o mínimo de 10% ao Figueirense, sendo que tais direitos da Alliance serão registrados nos contratos dos atletas em 180 dias da data da assinatura do contrato;

e) DEMAIS RECEITAS

Sobre as atividades de desenvolvimento e gestão profissional do Figueirense, feita pela Alliance em parceria com a Diretoria Administrativa, e demais receitas não especificadas, a parceira terá direto a 20% da receita bruta.
O contrato prevê também como o Figueirense vai pagar esses percentuais à Alliance, que será uma parcela de 50% do saldo devedor, no mês seguinte ao recebimento da receita. Esta parcela deve perfazer, no mínimo, o montante de R$215.000,00 (Duzentos e quinze mil reais), e será paga independentemente de fluxo de caixa positivo, ou seja, mesmo que o mês feche no “vermelho”, com prejuízo aos cofres do Figueirense, a Alliance, que deveria zelar pela administração do Clube, recebe seu quinhão. É o prêmio para a má administração.
É ruim? Calma que ainda tem mais!
Se esse montante pago não for suficiente para quitar toda a dívida, esse saldo devedor deverá ser pago em janeiro do ano subsequente, em espécie (dinheiro), caso o Figueirense tenha fluxo de caixa positivo ou então a Alliance pode receber o pagamento em forma de direitos econônicos, de formação e de solidariedade dos atletas das categorias de base e/ou profissional, sendo que a escolha dos atletas e dos percentuais incidentes caberá, única e exclusivamente, à Alliance, respeitando o mínimo de 10% que deverá ser do Figueirense.
Ou seja, ao início de cada ano, a Alliance poderá escolher os destaques do Figueirense e fazer o que bem entender com os direitos econômicos deles. Inclusive vender para o co-irmão do Sul da Ilha.
E o dinheiro investido?
E você deve se perguntar, como eu também me pergunto, o que a Alliance fez para o Figueirense para receber tamanha generosidade? O 2º termo aditivo explica que a Alliance fez um depósito de R$500.000,00 (quinhentos mil reais), à titulo de adiantamento dos investimentos captados para a Arena. E mais nada.
A Alliance ainda é salvaguardada em investir no Clube, pois o contrato também prevê que qualquer chamada de capital do investidor só poderá ser feita com a aferição da real necessidade, análise técnica detalhada, estudo específico de viabilidade econômico-financeira e, ainda, após exauridas todas as possibilidade de captação e geração de recursos através dos ativos do Figueirense.
Ou seja, a Alliance só põe dinheiro no Figueirense depois de passar por uma burocracia enorme e depois que o Figueirense não possa tomar nenhum tipo de empréstimo, nem ter nada para vender, seja o objeto da venda os jogadores ou qualquer outro patrimônio do Clube.
E se quiser acabar o contrato?
Pois é, o contrato é prejudicial para o Figueirense. Chegamos, com certeza, a mesma conclusão. Vamos romper o contrato com a Alliance?
A multa rescisória é calculada pela renda bruta do Figueirense nos últimos 12 meses antes da rescisão, e desse montante, a Alliance terá direito à 20%.
A última alternativa é a anulação deste contrato, por não ter passado por análise e aprovação no Conselho Administrativo. Enquanto isso não ocorre, a série B é o menos dos meus pesadelos.
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Ta aí uma das maiores vergonhas da temporada do futebol brasileiro, arrendaram o clube para uma empresa e agora estão pagando caro a conta. É simplesmente incraditável que os clubes brasileiros ainda caiam nessa armadilha são inúmeros exemplos de parcerias que deram muito errado, e casos como o Palmeiras-Parmalat e Juventude-Parmalat que tiveram alguns anos de glória são cada vez mais parametros que fogem a regra, casos como o do Figueirense agora se parecem muito com Flamengo-ISL, Grêmio-ISL, Corinthians-Excel, Corinthians-MSI, que mais dor de cabeça trouxeram aos clubes do que propriamente retorno em títulos e principalmente retorno financeiro.

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