- O último brasileiro
O Brasil começava 93 com um super time sendo montado pela Parmalat, o São Paulo mesmo com a Copa Intercontinental tendo sido ganha no ano anterior era ofuscado nos holofotes para o dinheiro vindo da Itália e sendo recebido pelo Palmeiras. Mas a geração tricolor era muito forte, para a Libertadores destaques como Raí, Cafu, Zetti e Muller foram mantidos e foram agregados do talento de promissores como Juninho, André Luis, Palhinha e Catê que pouco espaço tinham no ano anterior mas que com o destaque no expressinho tricolor entraram com muita moral no time principal. Além do mais o clube era favorecido pelo regulamento e entrava apenas na fase de mata-mata da competição, não tendo que fazer as desgastantes viagens - no caso do ano de 93 - até a Colômbia.
O esperado confronto contra um brasileiro na fase de oitavas acabou não acontecendo por causa da eliminação do Internacional que ficou em 4º no seu grupo - de 4 times - e acabou eliminado por Flamengo, Atlético Nacional e América de Cali, e quis o destino que o sorteio o colocasse a frente do rival da última final: O Newells Old Boys de El Loco Bielsa. Derrota fora e uma sonora goleada no Morumbi com show de Raí. Nas quartas o grande confronto do torneio, a batalha contra o Flamengo de Junior. Empate no Rio após uma pressão absurda flamenguista e show da dupla Raí e Cafu na volta no Morumbi, com vitória de 2x0.
Na semifinal outra dura batalha contra o Cerro Porteño paraguaio, vitória por 1x0 no Morumbi com mais um gol de Raí e um suado empate em 0x0 em Assunção. Na Final a maior goleada de uma final de Libertadores com um sonoro 5x1 contra o Universidad Católica, e uma derrota por 2x0 em Santiago mas que não tirou o brilho do título tricolor.
O São Paulo jogou apenas oito partidas para ser bicampeão continental, mas o fez de forma firme, sendo muito forte dentro de casa, e seguro fora. O time tinha a alma de Telê e uma geração que ao lado da geração palmeirense do ínicio da Parmalat era a base da seleção brasileira e foi a base da seleção campeã do mundo em 1994.
- A tentativa corinthiana
O Corinthians entra nessa Libertadores parecendo querer ainda estar de férias. Apesar de um bom primeiro tempo contra o Palmeiras ontem, a preguiça do segundo tempo foi vergonhosa. Sem brio, sem transpiração e sem querer estar no Pacaembu lotado de seus torcedores. Renato Augusto vem sendo a principal das três milionárias contratações desse inicio de temporada. Pato vem mostrando que em seguida terá lugar nos titulares desse time, mas tem uma concorrência interessante com Romarinho, que se não tem o talento do galático atacante, tem muito brio e é referência para a torcida.
A defesa é um capítulo a parte. Vem desatenta nas últimas partidas. Paulo André e Gil são zagueiros que originalmente jogam pelo lado esquerdo e com os dois em campo Gil vem jogando no lugar do lesionado Chicão, e parece estar afetando o seu futebol. E as laterais ainda parecem estar de férias com Alessandro conseguindo tomar bolas nas costas do quarentão Rivaldo no jogo contra o São Caetano.
O Corinthians será a principal atração da competição e tudo começa em Oruru a 3,700 metros de altitude. Mas para que tudo isso possa ser colocado em prática é necessária que a vibração e atitude de quem quer vencer voltem ao time, senão será dificil ver o que fez o time são-paulino a 20 anos atrás, pois jogadores talentosos e vitoriosos o Timão tem, resta saber se eles irão querer desfrutar desse louro de vitória ou ir atrás de mais títulos para a sua carreira. No jogo de ontem não foi o que mostraram os atuais campeões mundiais.
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