Não só o futebol deles foi diferenciado. Róger foi um dos
maiores laterais no sentido de marcação que vi jogar. Argel era um dos
zagueiros mais firmes – e por vezes dos mais violentos – mas que tem a favor
uma carreira vencedora na Europa, Palmeiras e claro, Inter. Ambos estão apenas
no seu inicio de carreira e a amostragem que deram até agora é insuficiente
para sabermos se irão se tornar grandes treinadores ou não, mas dão amostras de
serem convictos em suas pré-definições de times.
Róger desde que começou tem seus times jogando de forma
compacta e com bom toque de bola – o Novo Hamburgo esse ano foi um bom exemplo
– ainda que pequem defensivamente, quando estão com a bola são incisivos. O
Grêmio é um dos times que melhor distribui seus ataques no campeonato, tendo
jogadas nos dois flancos e bons arremates da zona central, além de ser um dos
times que mais concluem de dentro da área. Ainda que falte um centroavante no
time, Luan como homem mais avançado – algo pedido há muito tempo por todos que
veem jogo do Grêmio – vem abrindo espaços e jogando muito bem na função que
Messi consagrou no Barcelona – o falso nove, mesmo que ele não jogue mais assim
hoje em dia – e a parceria com Giuliano e Douglas vem provocando troca de
passes muito bonitos de se ver (o primeiro gol contra o Atlético Mineiro é
prova disso). Ainda falta mais opções no banco para não deixar o ritmo cair
como foi contra a Ponte domingo, e a defesa dar menos espaço entre as linhas de
meio-campo e os zagueiros.
Já o Inter apostou num treinador que desde de os tempos de
Zequinha montou verdadeiras retrancas com muita jogada em velocidade e saídas
pelos lados do campo. Argel que vem de um trabalho notoriamente muito bom no
Figueirense aposta em um time que é difícil de entrar na sua área, e com saídas
rápidas dos homens de frente. O ataque com Vitinho, Valdívia e Sacha com D'Ale
municiando eles era mais que esperado, assim como a alteração para dois
volantes no time principal e não apenas Dourado como na época de Aranguiz. A
amostra de Argel é menor em termos de tempo de time comparado a Róger mas ambos
tem filosofias bem definidas. Um prioriza o contra-ataque e jogadas letais no
seu time, o outro a compactação, marcação sobre pressão e toque de bola para
travar o adversário.
O mais engraçado é que se você olhar as filosofias da quase
para dizer que a de Argel se aproxima mais do que o torcedor gremista está
acostumado a ver no seu time, e a de Róger está mais parecida com a que o
torcedor colorado se acostumou a ver nos últimos anos em seus vencedores times.
Ambos tem tudo para dar novos ares de vitórias para
gremistas e colorados, mas ambos vão precisar de material humano melhor do que
têm, ou em maior quantidade, pois ambos os times tem potencial para terem bons
times, mas ainda falta profundidade em ambos os elencos.
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