Vicio História: PSV 88 e o legado de Guus Hiddink

Guus Hidink era um jovem treinador que tinha assumido o lugar de treinador principal Haans Karay no time de Eidhoven, e faz parte de uma leva de treinadores estrategistas ao extremo do fim dos anos 80, chegou na sua carreira a seleção holandesa, Real Madrid, Chelsea - um terceiro lugar com a Coréia do Sul no mundial Japão-Coréia em 2002 - e hoje é o treinador do milionário Anzhi da Rússia.

O PSV 87/88 tinha toda uma estrutura defensiva muito bem montada, e na Liga dos Campeões daquele ano venceu por diferença de gols apenas a equipe do Galatassaray na primeira fase quando venceu em por 3x0 e quase se complicou jogando na Turquia quando chegou a estar perdendo por 2x0 ainda no primeiro tempo, mas se segurou até o final e passou de fase, e o modesto Rapid Viena da Austria. Bordeaux nas quartas e Real Madrid na semifinal foram vencidos pelo critério de gol marcado fora de casa, sempre com empates em 1x1 na casa do adversário e 0x0 em casa, com isso não fica dificil imaginar que a vitória na final da Champions tenha vindo nos penaltis contra o forte Benfica do brasileiro Mozer - Benfica que é um capítulo a parte em se tratando de Champions, é ao lado de Juventus e Bayern, o time que mais vices campeonatos tem, com 5, conquistando apenas as Champions de 1961/62 e 1962/63 na era Euzébio ainda.

Era um time muito bem planejado por Hiddink, alinhando praticamente num 4-5-1, tinha nos laterais Eric Garaets na direita e no dinamarquês Jan Heitze peças fundamentais para o equilibrio defensivo, mas, sem dúvida, os grandes destaques da muralha montada por ele era a zaga: Ivan Nielsen era o responsável pelos primeiros combates, já Ronald Koeman era o zagueiro da sobra, muito técnico, e exímio batedor de faltas - já apareceu aqui no time mágico de Cruijff no Barcelona de 94 - ambos detinham a liderança defensiva e técnica do time.

No meio Soren Lerby um dos destaques do time apelidado como 'Dinamáquina' em 86, era o responsável pela armação dos ataques, e pelos lados do campo Gerrald Vannenburg e Hans Gillhaus eram os velocistas para levar a bola ao ataque para as conclusões do centroavante Win Kieft. Tudo muito armado na consistência defensiva de um time que passava longe de ser brilhante mas que deixou um legado importante para o futebol holandês.

Toda essa estrutura sólida na defesa foi muito bem usada pelo lendário Rinus Michels na conquista da Euro pela Holanda em 88, Ronald Koeman, Venneburg, Kieft, o volante e lateral Berry Van Aerle, o goleiro Hans Van Breukelen (herói ao pegar o penalti do título da Champions), deram a sustentação necessária para que recheada com craques como Franck Rijkard, Marco Van Basten e Ruud Gullit, fizesse o futebol holandês viver seu ano mais glorioso e a deixar de ficar no quase e conquista-se com sua seleção, um título de fato na sua história - esse até hoje único.

Sem ser brilhante, Guus Hiddink deixou um legado importantíssimo para que o futebol holandês pudesse ser campeão na Euro e foi fundamental armando uma defesa em que poucos conseguiram passar, com isso conquistando uma Champions League. Na sequência foi o responsável por levar Romário, então promessa do Vasco para o time de Eidhoven, no fim da temporada de 88, mas isso já é assunto para outro post.

Abaixo o vídeo do título mais importante da história do PSV Eidhoven:

Time-base: Hans Van Breukelen; Eric Garaets, Ivan Nielsen, Ronald Koeman e Jan Heitze; Barry Van Aerle, Soren Lerby, Gerald Vennenburg e Edward Linskens; Hans Gilhaus e Win Kieft.

Ainda entram: Adick Koot (D); Willy Van der Kerkhoof e Anton Janssen (M); e Eric Viscaal (A)



Final Taça Campeões Europeus 87/88 por MemoriaGloriosa